segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Perguntas quem eu sou, ó doce voz...

Que soubeste embalar com tal magia

A minha inspiração?!...

Eu sou uma alma vagabunda, errada

Que vive pelos mundos da poesia

A cata de ilusão!




Quando ela passava
tão leve e airosa
com ar de ditosa
na vida feliz
Quando ela passava
cabeça insolente
com ar de contente
que a vida bendiz
Quando ela passava
andar saltitante
a pele brilhante
de róseo matiz
Ninguém o diria
que ela sofria,
que dentro da viça
não era feliz!


Como é bom o viver da mocidade
Nesta doce vidinha escolar
Estuda-se, sorri e dentro da alma
Um “revê d’amour”a se sonhar



Meu coração era “um vergel florido”
Cheio de pureza e sonhos de bondade
....mas lá um dia veio a realidade
e acabou todo o dulçor vivido...


Poema da Ressurreição – Maio de 1945

Tal como pássaro fabuloso
Ressuscitei para a Vida e para o Amor
Trago a alma nua de todas as impressões
E o coração aberto para o Maravilhoso
Livre de todo sofrimento e de toda dor
Tal como o pássaro fabuloso
Ressuscitei para a Vida e para o Amor

Tenho aos meus pés
A alma que foi minha morta,
Pelas antigas ilusões
Que importa toda dor que sofri,
O que importa?
Se trago a alma renascida
Para novas impressões!....

Que venha novamente o Amor florir meus cantos
Que venha a impressão de novo me embalar
Isto é ser feliz: sentir toda a beleza
Da Vida, e pode-la cantar!

E dizem aos vencidos: levantai-vos!
Que o mundo é belo!
Vede a minha cor!
Pois tal como o pássaro fabuloso
Ressuscitei para Vida e para o Amor!


Era uma vez uma cigana
Que andava a toa pela rua
Brincando com o coração...
Lia a corte dos outros
Duvidava da sua...
E acabou por achar o seu Destino
Na palma de outra mão
Porque vives inquieta

Pobre alma de poeta

Sem pousada, sem mansão?...

Porque vives inquieta

Se é essa a tua meta

De tudo querer em vão?!...



sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Como eu era feliz!!!



















Como eu era feliz! alegre despertava
Inventando um milhão de brincadeiras
Mimava os meus bonecos...e disparava
Como doida, a correr pelas ladeiras!

...Mas tarde...eu me lembro tanto!
Quando o crepúsculo tudo matizava
Não sei porque em tão sentido pranto,
D’alma me vinha e os olhos me inundava

Não sei porque tanto me comovia
A beleza do céu crepuscular
Talvez? Quem sabe? Já eu pressentia
A tristeza que haveria de passar

Como eu era feliz quando criança
Não sabia do mundo o dissabor
Eu era um turbilhão de esperança
Ignorando que existisse a dor!...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Histórico da Minha Família






Brazão da Familia Uzêda Luna




Origem materna: Até onde pude conhecer

Como sempre, em toda estória... eram três irmãos, vindos da Espanha, três fidalgos, sobrinhos do Papa Luna, cujo castelo ainda existe, segundo me contou Deodato Madureira que o visitou em Andaluzia.

Brigaram com o Papa, ou por razões íntimas, aquele os remeteu para o Brasil, terra selvagem e promissora, parece-me até que com Tomé de Souza, Primeiro Governador Geral do Brasil, chegando à cidade do Salvador em 1549.

Eram os ditos fidalgos D. Rodrigo, D. Antonio (casado com a filha do Visconde Ferreira Bandeira) e o terceiro não consegui descobrir o nome. Eles se estabeleceram na cidade de Santo Amaro da Purificação, recôncavo da Bahia, banhada pelo rio Subaé.

Descendo da família de D. Rodrigo de Uzêda Y Luna, dono de uma imensa prole. Maria Joaquina de Uzêda Y Luna avó de minha mãe, casou-se com D. Francisco de Paula Almeida Couto da estirpe do Barão do Desterro e herói do Paraguai. Houve outra Irma donde descende Elmira Pimentel que se casou com um Garcia Gil Pimentel, parente bem chegado do Visconde de São Lourenço Gonçalves Martins, cujo irmão Antonio foi o padrinho do meu ascendente Sergio Cardozo.

Maria Joaquina de Uzêda Y Luna teve com D. Francisco de Paula Couto, os seguintes filhos, não vai ser colocado em ordem de nascimento, pois ainda era menina quando me relataram tudo isto e, depois se falava muito no assunto, mais eu me interessava apenas pela parte romântica existente.

Maria Odília Couto morreu em 1914 antes de eu nascer, Tia Sinhá, não me lembro o nome, mas a conheci era uma bela senhora de cabelos brancos e olhos azuis, que se casou três vezes, teve vários filhos e netos de sobrenomes Fernandes, Coutinho, Acioly, Menford e outros mais, alguns importantes, como Dr. Cerqueira Lima etc, etc.

Os pais de Maria Odilia Couto eram donos do Engenho Quissamã, na antiga Lapa ( arraial, depois distrito de Traripe e hoje cidade desmembrada de Santo Amaro, chamada Amélia Rodrigues em homenagem a uma educadora e poetisa local)Maria Odília Couto se casou com Sergio Cardozo e teve quatro filhos com ele.

Adélia Cardozo Barretto nasceu no dia 24 de julho de 1884 na Fazenda Salgado.
Alarico Cardozo nasceu no dia 28 de abril de 1886 na Fazenda Salgado.
Samuel Cardozo nasceu no dia 18 de julho
Azurah Cardozo Almeida nasceu no dia 14 de fevereiro


Sergio Cardozo nas segundas núpcias se casou com Elisa Costa (mãe Iaiá) com quem teve três filhos: Elisette, Elderico ( Tio Zoza) e Ivan que morreu pequeno.

Elderico casou com Maria José (Menininha)
Elizette Cardozo casou com Dr. Alipio Maia Gomes e teve com ele 4 filhos:
Luiz Cardozo Maia nasceu no dia 4 de abril de 1913
Francisco Cardozo Maia nasceu no dia 11 de julho de 1914
Yara Cardozo Maia nasceu no dia 7 de julho de 1915
Inah Cardozo Maia nasceu no dia 22 de outubro de 1916 – afilhada de Adélia

Yara Cardozo Maia se casou com João Brandão e teve cinco filhas : Isa, Elizete Maria, Amazonina, Yara e Auxiliadora


Origem Materna – Família Sergio Cardozo e Maria Odilia

D. Rodrigo de Uzêda Y Luna ( espanhol) radicado em Santo Amaro da Purificação pai de Maria Joaquina de Uzêda Y Luna Couto, casada com D. Francisco de Paula Couto, pais de Maria Odília Couto que teve com Sergio Cardozo cinco filhos.

1.Dinoraha e Genaro faleceram pequenos;

2.Azurah, casada com Leonel de Almeida e Silva da cidade de Feira de Santana, tiveram três filhos Ivan, Ivette e Raimundo que faleceu pequeno.
Ivan Cardozo Almeida nasceu no dia 18 de julho de 1915
Ivette Cardozo de Almeida nasceu no dia 5 de fevereiro de 1917
Ivan se casou com Doralice Jones. Tiveram duas filhas: Geisa e Thaisa de Almeida Affonso casada com Alberto Affonso que têm três filhos: Arany, Amon e Alan.
Ivette se casou com um português Jose de Araujo Barbosa natural de Traz Os , Montes tiveram três filhos: Ivete Margarida, Iolita, Ieda e Raimundo.
Raimundo casou com Nilza Cardozo Barbosa e tiveram três filhos: Veronica, Viviane e Adelino
Iolita se casou com Elisio Albuquerque e tiveram quatro filhos: Rejane,Roberto Ivan Laise e Luciana

3.Adélia Couto Cardozo, casada com Leôncio Barreto dos Santos, também de Feira de Santana e primo carnal de Leonel, tiveram 11 filhos somente sobreviveram a mais velha Vellêda, casada com Antonio Henriques da Rocha Pinto e Nilza Guimarães casada com Gilberto Guimarães que não tiveram filhos.

Vellêda nasceu as 1:30 da madrugada no dia 21 de agosto de 1915. Batizou-se no dia 18de julho de 1916, na Igreja de Nazaretti, distrito de Nazaré na Bahia. Foram seus padrinhos Samuel Cardozo e a professora Maria Esmeralda da Cunha e Silva.
Nilza nasceu as 6:00 da manhã no dia 22 de dezembro de 1920 na casa da rua do Socorro, 9 no Distrito de Brotas. Batizou-se na Igreja de Nazaré, foram seus padrinhos meu pai Sergio Cardozo e Eliza Cardozo minha madrasta


Velleda e Antonio não tiveram filhos biológicos mas adotaram judicialmente Lucia Lelis Pinto Ribeiro, casada. Vellêda e Antonio Henriques tiveram duas netas.

4.Samuel Couto Cardozo, casado com Elvira Costa da cidade de Conquista, não tiveram filhos

5.Alarico Couto Cardozo, casado com Celina Genaro Ribeiro tiveram três filhos: Celina, Dalva ( morreu ainda menina) Samuel e Célia





Origem Paterna: Até onde pude conhecer

Nazário Cardozo de Lavas Diamantina
José Joaquim Cardozo casado com Alexandrina Francisca de Morais Cardozo tiveram dois filhos:
Sergio Cardozo nasceu em 7 de outubro de 1858 na Fazenda Salgado, em Berimbau, municipio de Santo Amaro.Foi casado na primeira nupcia com Maria Odília e na segunda nupcia com Elisa Costa
Adélia Cardozo da Silva casada com Marechal Affonso da Silva tiveram uma única filha Alsgá

terça-feira, 27 de outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Asas



Eu desejo beber tua beleza
quando te vejo andar
com este passo em que a firmeza
de alia a ânsia de voar...
Eu desejo bebertua beleza
quando te ouço falar
com voz em cuja tristeza
há ruidos de asas a voar...
Eu desejo beber tua beleza
quando te sinto pensar
com essa fronte
de pensamentos tumultuosos
como um bando de asas a voar...

Quando te ouço, quando te vejo,
oh! como eu sinto este desejo
louco, tão louco, de animar
a minha vida na tua beleza
que tem firmeza,
tristeza,
grandeza,
ressonâncias,
e semelhanças
de asas a voar...

Vamos à Cena...



Numa destas manhãs de verão forte
Num bonde do ramal de Amaralina
Viajavam duas jovens, cujo porte
Indicava sua classe de granfina.
A primeira morena e graciosa
Com os olhinhos quebrados, em langor...
A outra, quase loura e mui formosa

Ambas, trajadinhas a primor.
A morena dizia: - Ah!, minha amiga!

Na minha curta idade, quatro amores
Eu já tive. E cada qual ( que Deus o diga)
Causou a mim, maiores dissabores...

Imagina que o primeiro de tão santo
Eu posso muito bem classificar:
Foi uma Ópera Lírica...Enquanto
O outro, uma Tragedia! Morreu na vespera de casar...
O terceiro foi apenas Entre-Ato...
Passou como um brinquedo.
Mas que Drama, cruel este meu quarto!...
Será que não se acaba mais cedo?!...

A lourinha, que escutava horrorizada
O relatar de tanta infelicidade
Suspirou, confessando à camarada:
- Sou uma revista de variedades...

Eternidade




Há milênios que eu sou.
Sinto ainda as vibrações.
Da evolução do meu ser por outras vidas...
Sincopadas lembranças...
Farrapos de alegria
Por coisas imprecisas...
Tristeza imotivada...
Ternura que abrange a tudo e a todos.
E o sentimento universal
De que pertenço aos elementos.
Sou pedra e pássaro e água
E fogo e ar e terra...
Há milênios que eu sou.
A mesma angustia me atormenta há séculos:
O mistério de ser e não ser
E a decifração do infinito!
Vasto caminho de humilde luta
Até chegar a paz suprema.
Um dia eu estarei contigo, ó Cristo!
Quando eu não sei...
Talvez outros milênios passem...
Cairei muitas vezes.
Na fronte aflita
O selo do tormento.
Ascenderei porem
Assim o que a Lei.
E confundida a ti
Liberta e consciente
Estarei eterna no amor.

Definição




Eu não nasci para amar
De um modo pessoal as criaturas.
Sou antes um rio de cachoeira
Correndo, sem me deter, pelas margens,
Por mais lindas e mais acolhedoras...

...E no entanto eu sinto um grande amor dentro de mim:

Por minhas emoções e meu Ser livre!

Amo a liberdade de ser como sou
E de não ter raízes que me aprofundem.
Sou antes como a semente

Que se espalha aos quatro ventos...

Amo a todas as coisas
E a toda e qualquer manifestação de vida.

Eu não nasci para amar
De um modo pessoal as criaturas.
Amo a esssencia de mim mesma
Multiplicada e livre!

Canção da Figueira





A velha amargura tomou conta de mim:
Levou-me a visitar ensolaradas paisagens
Onde mulheres fecundas brincavam com os pequeninos
Lindos, como os anjos de guarda das crianças...

A velha amargura tomou conta de mim:
Levou-me a passear por campos semeados
Onde cada flor é uma vida palpitante e eterna;
Espalhou pelos quatro ventos o pólen do meu desejo
E ele secou as fontes e envenenou as rosas...
A velha amrgura tomou conta de mim:
...Imensa, copada e solitaria planta sem raizes!